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terça-feira, 8 de maio de 2018

A CRISE NA ECONOMIA E A ASCENSÃO DA ECOLOGIA PELA FORÇA NATURAL


INTRODUÇÃO 
  
A princípio buscaremos dar uma breve explicação sobre o que é economia e sua importância para uma sociedade, seja um país ou um pequeno grupo. Mas o foco do assunto se concentra no seguinte objetivo: Entender a relação da economia e a ecologia e como que essa relação tem impacto-a na ecologia.  
No primeiro ponto temos o que se denomina: crise civilizacional. Está crise da civilização que se deu em quase todas as ciências do século XIX e XX, não era o fim do caminho, mas uma encruzilhada. Para quem? Crise é quando a humanidade já não dá mais conta do conceito e práticas da realidade que se impõe. A crise econômica passou a ser, não apenas interna, mas ela se expandiu em um sistema CONJUNTURAL
Há uma crise maior feita por agentes, ela é mais séria. Essa crise hoje é a ecológica. Ela é muito mais externa do que interna, e se expande a todos, e a economia precisa dar conta dessa crise ecológica que chegamos. Precisa dar uma resposta a questão: Como chegamos a essa crise ambiental? Antes de tudo passemos a explicar um pouco sobre o que se pensava antes no sistema econômico. 

1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA 

A economia acreditava antes ser um sistema, mas a ecologia fez a economia entender que ela não era um sistema, mas que a economia fazia parte de um sistema maior que é a ecologia. A economia como estudo, começou no século XVI a XVIII. Essa economia se julgava em um sistema fechado onde não havia espaço para a natureza. Mas no século XX os físicos põem essa análise da economia em dúvidas. Quando se há o consumo de energia precisa-se saber e entender todo o processo daquilo que favorece essa entrada e queima de energia.

Quando chegamos no século XXI começamos a nos dá conta disso. A crise do século XXI é agora entender que o sistema não é a economia, mas a ecologia. A ecologia tem de ter uma relação conjunta que favoreça o social (Econômico) e o ambiental (Ecológico). A reflexão sobre a ideia da ecologia como sistema mais amplo começa em 1960 pelo estudioso Georgesc-Roegem e seu conceito de bioeconomia. Passamos agora a entender um pouco mais ao longo da história as transformações sociais na economia. 
A ciência para os gregos não servia como instrumento de trabalho, mas apenas para ser contemplada. Em Descartes e em Bacon, a ciência passa a ser usada para fazer modificações na natureza. “Nós somos senhores e dominadores da natureza,” assim diz Descartes.
A Ciência deve agora servir para alguma coisa. Deve ser UTILITÁRIA. Com ela devemos dominar a natureza. Conhecer suas leis é o primeiro passo para fazer ciência, assim protela Bacon. Nisso, o homem começa a fazer instrumentos para subjugar a natureza, e nesse movimento a ciência torna-se positiva (deve-se passar pela experiência).
Esse conhecimento impõe-se como "o" CONHECIMENTO. Entra-se assim, um processo de ideologia, pois ele passa a ser um conhecimento por excelência e os outros conhecimentos, não eram validos, não eram reconhecidos. Cabia-se então a perguntar-se: A serviço de quem estava essa ciência? Já era visto então, neste sentindo, um vínculo entre ciência e capitalismos.
Hoje devemos analisar a racionalidade fria da ciência e acrescentar na ciência outros valores, pois além da ideia de sociedade, a ciência carrega em si a ideia de progresso. Mas é preciso rever esta ideia de progresso 

2 A CIENCIA COMO PROGRESSO 

O progresso dentro da ciência é uma ideia meramente econômica e que deixa o sujeito, ou pessoa, de fora desse PROGRESSO. Esse progresso é estritamente econômico. O Papa Paulo VI, pensava que o progresso deveria ser muito mais integral, e não excretor. Tal progresso também tem uma ideia de forma linear, onde caminha para um conceito ideológico de futuro: “Amanhã estarei bem e o hoje que se dane.” Por isso tal concepção nos levava a ideia de que os RECURSOS NATURAIS SÃO ILIMITADOS, e esse progresso acabou sendo visto como mítico, uma visão errônea da realidade. Hoje o grande problema é: Como o conhecimento popular e o conhecimento universitário, podem estar ajudando as pessoas.  
Da ideia de progresso na modernidade, surge a ideia de trabalho e sua concepção de emprego, que foi inventada da modernidade. Ele teve alguns conceitos:  
1) Racionalização, ou cientifização do trabalho: O trabalhado ganhou aspectos de uma máquina cronometrada. E aquilo que não foi trabalho não pode ser pago. (INSTRUMENTALIZAÇÃO) 
2) O próprio conceito de emprego: tendo um emprego eu me sinto ÚTIL e não sendo útil eu não sirvo para a sociedade.  
3) Remuneração: Aqui o objetivo não é de fazer o trabalho, mas o emprego é para ganhar uma remuneração, o emprego não tem utilidade nenhuma e acaba sendo um fardo. Nós passamos a nos desumanizarmos através do emprego. 
Nesse víeis, já havia autores na época que criticavam o modelo desse progresso. Na década de 1960 esse modelo começa a dar suspeita de decadência e de ser questionado sobre a análise do progresso como vinculado aos recursos naturais. Em 1974 o clube de Roma encomendou um estudo que revelou perigos no campo ecológico, para a sociedade. A ciência propriamente dita foi dessecando o objeto, mas no estudo do objeto, dividindo-o, não percebeu que esses objetos fazem parte de um organismo vivo chamado ecossistema. “A Ciência moderna separou, mas não sabia como juntar”.  
Em 2007, um órgão: IPCC, reuniu cientistas para estudar a situação climática no mundo. Esse estudo fez uma constatação revolucionária. Constatou:  
a)      Uma mudança climática, e aqui a própria ciência começa a perceber que o conceito de ecologia deveria entrar  no conceito da ciência. 
b)      Essa mudança era provocada pela ação humana, não era algo natural, e nós éramos e somos responsáveis por essas mudanças. 
Então, com todas essas descobertas, percebemos que algumas questões deveriam ser colocadas, uma delas era a questão do consumo, que é aquilo que retiramos da natureza para nos sustentar, seja em alimentos ou outros recursos. Como se dá a preocupação aos limites do nosso modo de consumo? 

3 O LIMITE DO CONSUMO 

O limite não se dá pela Economia, é o próprio planeta que nos impõe esse limite. Então já se começava a perceber na década de 80 uma mudança climática. E quando se fala em mudanças climáticas, fica difícil não falar nas grandes empresas econômicas, as quais são as grandes responsáveis pela poluição no mundo. Assim os impactos do homem são tão violentos que podemos dizer que estamos em uma nova era: “ANTROPOCENA”, o planeta está em febre. Esse conceito foi proposto por  Paul Crutzen, onde fala dos impactos do clima global. Temos como isso também outra crise que é a CRISE ENERGÉTICA: essa é uma crise que afeta todos os países no planeta. E a questão é: como retirar as fontes de energia para abastecer o consumo humano já que estamos gastando nossas fontes em ritmo acelerado? Se nós continuarmos assim não haverá mais onde encontrar energia e mesmo com fontes renováveis ainda estamos causando impactos consideráveis. Produzimos energia para quê e para quem? 
Outro problema é A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS. Ora, existem quase 10 bilhões de pessoas no mundo e precisamos de alimentos para todos, sendo que 1 bilhão é subnutridos e passam fome e não tem acesso a alimentação. As razões não é só apenas de ordem econômica, mas também de ordem climática. O problema está mais na distribuição dos alimentos, mas não se trata de uma ação humana, mas mais no sentido de um bloqueio por parte da distribuição. Os alimentos existem, mas as pessoas não têm acesso por falta de dinheiro, salário, trabalho. Quando falamos em alimentos também falamos em energia. E no topo destes alimentos não estão os grãos, mas sim as carnes, e esta carne também têm efeito nos impactos ambientais. Precisam-se derrubar árvores para fazer pastos. Geralmente se pensa que o problema está na distribuição, mas este problema se mostra sem saída, pois os alimentos não são vistos mais como um direito humano, mas, mais como um processo de mercadoria. Tanto é desta forma que os alimentos são cotados na bolsa de valores. E mesmo que se retire os alimentos como cota da bolsa de valores ainda não se resolverá os problemas, e ainda que se pense que o problema é a má distribuição, esta ainda não é a verdadeira questão. A solução se encontra na diminuição de consumo.  

Se nós entramos em uma crise, em partes por culpa da ciência, devemos recorrer a ela para que resolve também esse problema. Mas não só ela deve nos ajudar, é preciso também outros setores. E um dos grandes problemas da humanidade é o consumo. O consumo aumenta a produção. Não adianta querer diminuir os problemas de gazes ou derrubada de arvores e etc... sem diminuir o consumo. Neste sentido a ciência deve se aliar as políticas públicas para resolver a questão do consumo. Assim deve-se fazer uma ecoeficiência 
Na teoria das Curvas de Kuznets se diz que a riqueza das classes vai ajudar a acabar com a pobreza periférica. Exemplo: Você tem um copo de água e na medida que você o enche ele se esgota. Quando você tem um crescimento só de uma classe a partir do momento que essa classe cresce, favorece a população menos favorecida. O ministro, da época da ditadura brasileira, Delfim Neto, falava o mesmo que a teoria das Curvas de Kuznets: é preciso fazer o bolo crescer para ajudar os outros a crescerem. No caso do Brasil só uma parte cresceu e foi a classe que já era rica. Papa Francisco fez uma crítica a esse modelo: não apenas a produção é concentrada, mas o consumo é concentrado. Uma das soluções é redistribuir a produção, mas apenas isso não basta, é preciso uma redução no consumo e para isso é preciso fazer a promoção de políticas públicas e concentrar os esforços na luta para manter o equilíbrio da Terra.  
Devemos Sair da do plano apenas da Economia. Aqui se deve fazer uma distinção entre a ciência e a atividade da economia, mas como separar a atividade da ciência e da economia se uma corrobora com a outra? Para se resolver este problema devemos levar em consideração dois extremos, que é a) Cooperação b) Auto interesse. Para alguns autores já não podemos falar de um auto interesse pois muitos sistemas já trabalham com a cooperação. O que há um problema, já que as comunidades solidárias não estão inclusas nesse sistema de cooperação. Devemos ir além do plano da economia e questionar o crescimento econômico desenfreado. O fato interessante é que, o problema do mundo hoje é, não muito com a carência (fome), mas sim com a obesidade. Ou seja, as pessoas que tem condições econômicas acumula tanta coisa desnecessária que se reflete na alimentação. No caso do consumo de alimentos, há uma necessidade de preencher um vazio existencial.

CONCLUSÃO  

economia nos levou a uma crise ecológica, mas o que nos levou a essa crise? A Economia de início, era vista como um círculo fechado e estático, mas baseado no conceito de paradigma de Thomas Kuhn, a economia não pode ser assim vista com esse conceito pré-estabelecido. Deve se haver um novo paradigma e esse ponto de vista é histórico. A economia não está em apenas um ponto de vista, mas deve englobar várias outras disciplinas na tentativa de superar o problema do consumo desenfreado. Assim há uma nova proposta vinda da física na ajuda de superar o paradigma da economia como círculo fechado em si mesmo? 
Há uma visão irreal da economia, um diagrama do fluxo circular. Como a riqueza é produzida e consumida? Esse é uma visão de um círculo fechado. Mas onde ele é acentuado teoricamente? Os especialistas vão dizer que essa ideia se acentua em uma lei da mecânica, cuja a inspiração vem da era moderna, essa lei era da termodinâmica que inspirada em Lavoisier diz: na Natureza, nada se cria, nada se perde, e tudo se transforma. Os recursos estão aí, você só tem que transformá-los. Esse era o princípio da economia moderna. Assim, nada se cria, mas ao mesmo tempo nada se destrói, tudo era transformado. Tínhamos a convicção de que o mundo não acabava com seus recursos; tínhamos a noção de um crescimento econômico ilimitado, uma linha de crescimento perpétuo, e nesse sentido o círculo econômico era fechado. Esse era o paradigma da economia na era moderna. A economia tinha uma lei de conservação 
No século XX a física descobre uma segunda lei na termodinâmica, essa lei era da entropia. Aqui podemos dizer que as coisas no mundo não estão em equilíbrio, mas elas buscam equilíbrio. As energias não são constantes elas se acabam e precisam de mais energias para se manterem. Você deve ter a) entradas e b) saídas de energias que precisam ser repostas. Só que essas saídas são os lixos, e esse lixo se acumula. Podemos dizer que a reciclagem seria uma solução para o problema do lixo, mas apenas a reciclagem não basta, a ideia é o consumo consciente. A partir da lei da entropia, os especialistas vão dizer que a economia não é um sistema, mas ela faz parte de um subsistema. De outro sistema maior que é a natureza. Assim, não adianta pensar a economia como um sistema fechado, ela é e faz parte do ecossistema e não mais de apenas um sistema econômico.


Paulo Monteiro dos Santos



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