INTRODUÇÃO
A princípio buscaremos
dar uma breve explicação sobre o que é economia e sua importância para uma
sociedade, seja um país ou um pequeno grupo. Mas o foco do assunto se
concentra no seguinte objetivo: Entender a relação da economia e a
ecologia e como que essa relação tem impacto-a na ecologia.
No primeiro
ponto temos o que se denomina: crise civilizacional. Está
crise da civilização que se deu em quase todas as ciências do século XIX e XX,
não era o fim do caminho, mas uma encruzilhada. Para quem? Crise é quando a
humanidade já não dá mais conta do conceito e práticas da realidade
que se impõe. A crise econômica passou a ser, não apenas interna, mas ela se
expandiu em um sistema CONJUNTURAL.
Há uma crise
maior feita por agentes, ela é mais séria. Essa crise hoje é a ecológica.
Ela é muito mais externa do que interna, e se expande a todos, e a
economia precisa dar conta dessa crise ecológica que chegamos. Precisa dar uma
resposta a questão: Como chegamos a essa crise ambiental? Antes de tudo
passemos a explicar um pouco sobre o que se pensava antes no sistema
econômico.
1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA
A economia
acreditava antes ser um sistema, mas a ecologia fez a economia entender que ela
não era um sistema, mas que a economia fazia parte de um sistema maior que é a
ecologia. A economia como estudo, começou no século XVI a XVIII. Essa economia
se julgava em um sistema fechado onde não havia espaço para a natureza. Mas no
século XX os físicos põem essa análise da economia em dúvidas.
Quando se há o consumo de energia precisa-se saber e entender todo o processo
daquilo que favorece essa entrada e queima de energia.
Quando
chegamos no século XXI começamos a nos dá conta disso. A crise do século XXI é
agora entender que o sistema não é a economia, mas a ecologia. A ecologia tem
de ter uma relação conjunta que favoreça o social (Econômico) e o ambiental
(Ecológico). A reflexão sobre a ideia da ecologia como sistema mais amplo
começa em 1960 pelo estudioso Georgesc-Roegem e seu
conceito de bioeconomia. Passamos
agora a entender um pouco mais ao longo da história as transformações
sociais na economia.
A ciência
para os gregos não servia como instrumento de trabalho, mas apenas para ser
contemplada. Em Descartes e em Bacon, a ciência passa
a ser usada para fazer modificações na natureza. “Nós somos
senhores e dominadores da natureza,” assim diz Descartes.
A Ciência
deve agora servir para alguma coisa. Deve ser UTILITÁRIA.
Com ela devemos dominar a natureza. Conhecer suas leis é o primeiro
passo para fazer ciência, assim protela Bacon. Nisso, o homem começa a
fazer instrumentos para subjugar a natureza, e nesse movimento a ciência
torna-se positiva (deve-se passar pela experiência).
Esse
conhecimento impõe-se como "o" CONHECIMENTO.
Entra-se assim, um processo de ideologia, pois ele passa a ser um conhecimento
por excelência e os outros conhecimentos, não eram validos, não eram
reconhecidos. Cabia-se então a perguntar-se: A serviço de
quem estava essa ciência? Já era visto então, neste sentindo, um
vínculo entre ciência e capitalismos.
Hoje devemos
analisar a racionalidade fria da ciência e acrescentar na ciência outros
valores, pois além da ideia de sociedade, a ciência carrega em
si a ideia de progresso. Mas é preciso rever esta ideia de progresso.
2 A CIENCIA COMO PROGRESSO
O progresso
dentro da ciência é uma ideia meramente econômica e que deixa o sujeito, ou
pessoa, de fora desse PROGRESSO. Esse progresso é estritamente
econômico. O Papa Paulo VI, pensava que o progresso deveria ser muito mais
integral, e não excretor. Tal progresso também tem uma ideia de forma linear,
onde caminha para um conceito ideológico de futuro: “Amanhã estarei bem e o
hoje que se dane.” Por isso tal concepção nos levava a ideia de que
os RECURSOS NATURAIS SÃO ILIMITADOS, e esse progresso acabou sendo
visto como mítico, uma visão errônea da realidade. Hoje o grande problema é:
Como o conhecimento popular e o conhecimento universitário, podem estar
ajudando as pessoas.
Da ideia de
progresso na modernidade, surge a ideia de trabalho e sua concepção de emprego,
que foi inventada da modernidade. Ele teve alguns conceitos:
1)
Racionalização, ou cientifização do
trabalho: O trabalhado ganhou aspectos de uma máquina cronometrada. E
aquilo que não foi trabalho não pode ser pago. (INSTRUMENTALIZAÇÃO).
2) O próprio
conceito de emprego: tendo um emprego eu me sinto ÚTIL e não
sendo útil eu não sirvo para a sociedade.
3) Remuneração:
Aqui o objetivo não é de fazer o trabalho, mas o emprego é para ganhar uma
remuneração, o emprego não tem utilidade nenhuma e acaba sendo um fardo. Nós
passamos a nos desumanizarmos através do emprego.
Nesse víeis,
já havia autores na época que criticavam o modelo desse progresso. Na década de
1960 esse modelo começa a dar suspeita de decadência e de ser questionado sobre
a análise do progresso como vinculado aos recursos naturais. Em 1974 o clube de
Roma encomendou um estudo que revelou perigos no campo ecológico, para a
sociedade. A ciência propriamente dita foi dessecando o objeto, mas
no estudo do objeto, dividindo-o, não percebeu que esses objetos fazem parte de
um organismo vivo chamado ecossistema. “A Ciência moderna separou, mas não
sabia como juntar”.
Em 2007, um
órgão: IPCC, reuniu cientistas para estudar a situação climática no mundo. Esse
estudo fez uma constatação revolucionária. Constatou:
a)
Uma mudança climática, e aqui a
própria ciência começa a perceber que o conceito de ecologia deveria entrar
no conceito
da ciência.
b)
Essa mudança era provocada pela ação
humana, não era algo natural, e nós éramos e somos responsáveis por essas
mudanças.
Então, com
todas essas descobertas, percebemos que algumas questões deveriam ser
colocadas, uma delas era a questão do consumo, que é aquilo que retiramos da
natureza para nos sustentar, seja em alimentos ou outros recursos. Como se dá a
preocupação aos limites do nosso modo de consumo?
3 O LIMITE DO CONSUMO
O limite não
se dá pela Economia, é o próprio planeta que nos impõe esse limite. Então já se
começava a perceber na década de 80 uma mudança climática. E quando se fala em
mudanças climáticas, fica difícil não falar nas grandes empresas econômicas, as
quais são as grandes responsáveis pela poluição no mundo. Assim os impactos do
homem são tão violentos que podemos dizer que estamos em uma nova era:
“ANTROPOCENA”, o planeta está em febre. Esse conceito foi proposto por Paul Crutzen, onde fala
dos impactos do clima global. Temos como isso também outra crise que é a CRISE
ENERGÉTICA: essa é uma crise que afeta todos os países no planeta. E a
questão é: como retirar as fontes de energia para abastecer o consumo humano já
que estamos gastando nossas fontes em ritmo acelerado? Se nós continuarmos
assim não haverá mais onde encontrar energia e mesmo com fontes renováveis
ainda estamos causando impactos consideráveis. Produzimos energia para quê e
para quem?
Outro
problema é A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS. Ora, existem quase 10 bilhões
de pessoas no mundo e precisamos de alimentos para todos, sendo que 1 bilhão é
subnutridos e passam fome e não tem acesso a alimentação. As
razões não é só apenas de ordem econômica, mas também de ordem
climática. O problema está mais na distribuição dos alimentos, mas não se trata
de uma ação humana, mas mais no sentido de um bloqueio por parte da
distribuição. Os alimentos existem, mas as pessoas não têm acesso por falta de
dinheiro, salário, trabalho. Quando falamos em alimentos também falamos em
energia. E no topo destes alimentos não estão os grãos, mas sim as carnes, e
esta carne também têm efeito nos impactos ambientais. Precisam-se derrubar
árvores para fazer pastos. Geralmente se pensa que o problema está na
distribuição, mas este problema se mostra sem saída, pois os alimentos não são
vistos mais como um direito humano, mas, mais como um processo de
mercadoria. Tanto é desta forma que os alimentos são cotados na bolsa de
valores. E mesmo que se retire os alimentos como cota da bolsa de valores ainda
não se resolverá os problemas, e ainda que se pense que o problema é a má
distribuição, esta ainda
não é a verdadeira questão. A solução se encontra na diminuição de
consumo.
Se nós
entramos em uma crise, em partes por culpa da ciência, devemos
recorrer a ela para que resolve também esse problema. Mas não só ela
deve nos ajudar, é preciso também outros setores. E um dos grandes
problemas da humanidade é o consumo. O consumo aumenta a produção.
Não adianta querer diminuir os problemas de gazes ou derrubada de arvores e
etc... sem diminuir o consumo. Neste sentido a ciência deve se aliar
as políticas públicas para resolver a questão do consumo. Assim deve-se fazer
uma ecoeficiência.
Na teoria
das Curvas de Kuznets se diz que a riqueza das
classes vai ajudar a acabar com a pobreza periférica. Exemplo: Você tem um
copo de água e na medida que você o enche ele se esgota. Quando você tem
um crescimento só de uma classe a partir do momento que essa classe cresce,
favorece a população menos favorecida. O ministro, da época
da ditadura brasileira, Delfim Neto, falava o mesmo que a
teoria das Curvas de Kuznets: é preciso fazer o bolo crescer para
ajudar os outros a crescerem. No caso do Brasil só uma parte cresceu e foi a
classe que já era rica. Papa Francisco fez uma crítica a esse modelo: não
apenas a produção é concentrada, mas o consumo é concentrado. Uma das
soluções é redistribuir a produção, mas apenas isso não
basta, é preciso uma redução no consumo e para isso é preciso fazer a promoção
de políticas públicas e concentrar os esforços na luta para manter
o equilíbrio da Terra.
Devemos Sair
da do plano apenas da Economia. Aqui se deve fazer uma distinção entre
a ciência e a atividade da economia, mas como separar a atividade
da ciência e da economia se uma corrobora com a outra? Para se
resolver este problema devemos levar em consideração dois extremos,
que é a) Cooperação e b) Auto interesse. Para
alguns autores já não podemos falar de um auto interesse pois muitos
sistemas já trabalham com a cooperação. O que há um problema, já
que as comunidades solidárias não estão inclusas nesse sistema de
cooperação. Devemos ir além do plano da economia
e questionar o crescimento econômico desenfreado. O
fato interessante é que, o problema do mundo hoje é, não muito com
a carência (fome), mas sim com a obesidade. Ou seja, as
pessoas que tem condições econômicas acumula tanta
coisa desnecessária que se reflete na alimentação. No caso do consumo de
alimentos, há uma necessidade de preencher um vazio existencial.
CONCLUSÃO
A economia
nos levou a uma crise ecológica, mas o que nos levou a essa crise? A
Economia de início, era vista como um círculo fechado e
estático, mas baseado no conceito de paradigma de Thomas Kuhn, a
economia não pode ser assim vista com esse conceito pré-estabelecido.
Deve se haver um novo paradigma e esse ponto de vista é histórico. A economia
não está em apenas um ponto de vista, mas deve englobar várias outras
disciplinas na tentativa de superar o problema do consumo desenfreado. Assim há
uma nova proposta vinda da física na ajuda de superar o paradigma da economia
como círculo fechado em si mesmo?
Há uma visão
irreal da economia, um diagrama do fluxo circular. Como
a riqueza é produzida e consumida? Esse é uma visão de um círculo fechado.
Mas onde ele é acentuado teoricamente? Os especialistas
vão dizer que essa ideia se acentua em uma lei
da mecânica, cuja a inspiração vem da era moderna, essa lei era
da termodinâmica que inspirada em Lavoisier diz: na Natureza, nada se cria, nada se
perde, e tudo se transforma. Os recursos
estão aí, você só tem que transformá-los. Esse era
o princípio da economia moderna. Assim, nada se cria, mas ao
mesmo tempo nada se destrói, tudo era transformado. Tínhamos a convicção de
que o mundo não acabava com seus recursos; tínhamos a noção de
um crescimento econômico ilimitado, uma linha de crescimento
perpétuo, e nesse sentido o círculo econômico era
fechado. Esse era o paradigma da economia na era moderna. A economia
tinha uma lei de conservação.
No século XX
a física descobre uma segunda lei na termodinâmica, essa
lei era da entropia. Aqui podemos dizer que as coisas no mundo
não estão em equilíbrio, mas elas buscam equilíbrio. As energias não
são constantes elas se acabam e precisam de mais energias para se manterem.
Você deve ter a) entradas e b) saídas de
energias que precisam ser repostas. Só que essas saídas são os lixos,
e esse lixo se acumula. Podemos dizer que a reciclagem seria uma solução
para o problema do lixo, mas apenas a reciclagem não basta, a ideia é o consumo consciente. A
partir da lei da entropia, os especialistas vão dizer que a economia não é um
sistema, mas ela faz parte de um subsistema. De outro sistema maior
que é a natureza. Assim, não adianta pensar a economia como um sistema fechado,
ela é e faz parte do ecossistema e não mais de apenas um
sistema econômico.
Paulo Monteiro dos Santos
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