Paulo Monteiro dos Santos[1]
CREDENCIAIS DOS AUTORES
Max Horkheimer (1895-1973. Nasceu
em Nuremberga, Alemanha) e Theodor W. Adorno (1903-1969. Nasceu em
Frankfurte, Alemanha) são dois grandes filósofos e os principais representantes
da Escola de Frankfurt na Alemanha.
HORKHEIMER,
Max & ADORNO, Theodor. A Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação
de Massas. Pp. 169-214. In: LIMA, Luiz Costa. Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 364p.
RESUMO: O texto de Horkheimer e Adorno: “A
Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação de Massas”, expõe como
principal conteúdo: o monopólio dos meios de comunicação, o qual se funda em transmitir
uma cultura de dominação e retardação social, que tem por fim, atrofiar o sujeito em um eterno consumismo.
Horkheimer
e Adorno, a princípio, apontam que a cultura atual não é um caos, embora possa
parecer, mas tem um centro, o qual se fundamenta na verdade do negócio. Por trás
desta cultura existe uma racionalidade técnica, e nesta técnica, o talento
pertence não mais a cultura, mas a uma determinada indústria, porém quem manda são
as grandes potencias do mercado.
Cinema, TV,
(e em nossos dias a internet), defendem algo diferenciado e democrático, porém
essa uniformização é contraditoriamente igual. O mundo não é diferente do que
passa na TV nem no Cinema, mas o espectador acredita que seja, e que o seja ainda
como uma extensão de sua própria vida, que no fundo não é.
A racionalidade técnica só serve a economia,
e a indústria cultural está muito distante da arte, no entanto, dela se serve.
A TV, imprimi a força maior da indústria cultural, pois nela está contida: a
imagem, o texto, o som, o filme (hoje é a internet que faz esse papel). A
racionalidade da indústria cultural passou-se a ser uma irracionalidade. Todo o
mundo passou pelo crivo desta industrialização, e esta, atrofiou o espírito
criativo do homem.
A indústria cultural é também uma negação de
estilo. Este, e seja qual for o estilo, deve se reconciliar com a
universalidade autêntica, mas a arte, em si, tem de está em confronto com a
tradição, pois assim, ela transcende e rompe com a tradição. Se a arte ficar
somente no poder universalizante da indústria cultural, a arte passa a ser tão
somente ideologia.
A indústria cultural nos deixa livres para
viver qualquer estilo, mas nos expulsa de um grupo se não nos adequarmos aquela tal cultura. Nos convence facilmente, através da mídia de massa, de que somos
insignificantes e substituíveis. A indústria cultural regula sua relação com o
passado para não deixar o novo surgir, no entanto é apenas uma repetição do que
os autores chamam de arte leve. Esta, priva dos consumidores aquilo que ela
promete, e tenta excluir a técnica do homem para que lhe atrofie em seu sistema.
Outro ponto é a questão sexual: A indústria
cultura não sublima o sexo, mas o sufoca, já que mostra explicitamente o filme
pornô. Mas isso apenas aguça o desejo daquilo que não é real de fato, ou seja, oferece
sexo, mas ao mesmo tempo nos priva o desejo.
A indústria cultural nos quer que transformemo-nos
em eternos consumidores. Oferece-nos sairmos da vida cotidiana, só que no fundo
é o contrario: ela nos afoga ainda mais nesta vida monótona e ensina-nos a
tolerar; obrigando a sempre estarmos alegres e divertirmos, só que, divertir-se
é não pensar no desagradável, mas é fato que o desagradável sempre vai existir no esforço da vida social. Assim as
pessoas vão trocando a ideia do esforço por uma ideia do prêmio que lhes são
oferecidos pelo filme, TV, Radio, etc.
O cinema tenta colocar em nossas cabeças que
podemos viver uma vida fácil, e que o real pode ser sempre repetido, e quase
todos os filmes são repetições, mas isso é apenas uma formula de domar nossos instintos
criativos. A indústria cultural nos mostra que é possível viver uma vida
desumana e que esta é tolerável. Por 50 dólares se pode ver um filme que custou
milhões para ser feito.
A indústria
cultural assume uma onipresença e a publicidade é o seu elixir da vida. Na
verdade, hoje em dia, a publicidade é o elixir para a vida de todos. A
publicidade é a arte por excelência. Assim, a comunicação de massa, em nossos
dias, está nessa etapa, onde todos são livres, mas para “sempre” iguais.
INDICAÇÃO DA OBRA
O texto trás bastante
informação e faz uma crítica reveladora a sociedade. É indicado a estudantes de todas as áreas, seja nas áreas das ciências humanas até mesmo nas exatas.
É um tema bastante amplo.
[1] Graduado em Letras Vernáculas
(Universidade do Estado da Bahia - UNEB); Graduado em Filosofia (Faculdade
Vicentina - FAVI) e graduando em Teologia (ITESP).
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