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terça-feira, 16 de junho de 2015

Entrevista com o representante da Quadrilha Caipiras Aloprados, Sandro Macedo.



Forró Quentão é um concurso de quadrilhas juninas existente em Euclides da Cunha, desde 2009 promovido pela Prefeitura Municipal. As apresentações são os momentos mais ansiosos aguardados pelas Quadrilhas, que, então, ganham visibilidade e o reconhecimento da comunidade, da família, do município e dos próprios quadrilheiros. Mas por trás destes bastidores há toda uma luta que passa despercebida de nossa percepção enquanto espectador. Como por exemplo, as reuniões para escolha de tema, trilha, coreografias, estruturas, figurinos, adereços, os machucados dos tombos, as desavenças, sacrifícios e abnegações para que o trabalho árduo seja enfim apresentado com prazer contagiando o público.”

Carlos Carneiro



Revista Antônio Conselheiro: Quando surgiu a Caipiras Aloprados e quem são seus fundadores?

Sandro Macedo: 1998. Fundado por Clodoaldo Rehem e Keliston Lopes.

Revista Antônio Conselheiro: Quantos integrantes são os Caipiras Aloprados, quantos casais, quantos na produção, todos moram no Aribicé?

Sandro Macedo: A quadrilha Caipiras Aloprados, esse ano foi formada por 30 integrantes, 10 casais, um marcador e uma participação do pai da noiva. 8 na produção. 2 integrantes não moram em Aribicé, um mora no povoado De Muriti e outra no povoado Suares.

Revista Antônio Conselheiro: Destes anos de existência qual foi o melhor e pior ano que os Caipiras Aloprados têm em sua historia?

Sandro Macedo: Melhor ano 2010 e o pior 2011.

Revista Antônio Conselheiro: Quais foram as maiores dificuldades para montar e colocar em cena “O despontar de uma chama que ecoa no sertão”, tema deste ano de 2015, por vocês Caipiras Aloprados?

Sandro Macedo: Para montar, a gente como organizador, devemos ter bastante paciência e compromisso, além disso temos que sentir confiança dos dançarinos, já colocar em cena, só o que atrapalha é a ansiedade, mas no fim tudo dá certo.

Revista Antônio Conselheiro: Como acontece o processo criativo e a escolha do tema, comungando assim com a trilha e as coreografias que embelezam o espetáculo da Quadrilha junina?
Sandro Macedo: O 1º passo foi estudos com bastantes pesquisas ate chegarmos neste tema 2015. O 2º passo foi ir em busca de melodias que embelezam o nosso tema sem perder o foco, e 3º foi de acordo com as músicas que criamos os passos, finalizando esse projeto 2015.

Revista Antônio Conselheiro: Os Caipiras Aloprados têm apresentado além do Forró Quentão?

Sandro Macedo: Sim

Revista Antônio Conselheiro: Os Caipiras Aloprados já enfrentou algum problema com os ônibus, com o som, com a organização dos arraiais por onde esteve, com a estrutura onde são recepcionados?

Sandro Macedo: Enfrentamos com os ônibus, que as vezes os motoristas, não querem seguir as regras passadas por nós e pelo Forró Quentão. Já em questão de som, organização de arraiais e recepção, a gente nunca passamos por nenhum problema.

Revista Antônio Conselheiro: Forró Quentão é um concurso de quadrilhas juninas existente em Euclides da Cunha, desde 2009 promovido pela Prefeitura Municipal, houve algum ano em que os Aloprados não participaram?

Sandro Macedo: Houve, em 2012.

Revista Antônio Conselheiro: As apresentações são os momentos mais ansiosos aguardados pelas Quadrilhas, que, então, ganham visibilidade e o reconhecimento da comunidade, da família, do município e dos próprios quadrilheiros. Mas por trás destes bastidores há toda uma luta que passa despercebida de nossa percepção enquanto espectador. Como por exemplo, as reuniões para escolha de tema, trilha, coreografias, estruturas, figurinos, adereços, os machucados dos tombos, as desavenças, sacrifícios e abnegações para que o trabalho árduo seja enfim apresentado com prazer contagiando o público. O que mais você colocaria que antecede a montagem do espetáculo da Quadrilha?

Sandro Macedo: As vez até mesmo a falta de interesse dos componentes da própria quadrilha, não pela falta de vontade de dançar e sim pelo reconhecimento do concurso, juris e tais...

Revista Antônio Conselheiro: Sabemos que o apoio da Prefeitura não é o suficiente, como vocês se organizam para buscar recursos e bancar o resto das despesas?

Sandro Macedo: Vamos em busca de patrocínios dos próprios políticos, comerciantes ou até mesmo amigos, fazemos também bingos, balaios e entre outros tipos de sorteios para gerar benefícios para nossa quadrilha. Cada participante dá também uma quantia determinada pela organização, assim conseguimos bancar as nossas despesas.

Revista Antônio Conselheiro: Os quadrilheiros usam as redes sociais assim como algumas pessoas que acompanham o Forró Quentão para comentarem, parabenizarem e criticarem e muitas vezes até se agridem. Como você e os demais se portam diante das opiniões e o bombardeio de críticas e elogios?


Sandro Macedo: Do meu ponto de vista, opiniões vem às vezes para ajudar. Existem vários tipos de criticas sim, sempre ouvi. As construtivas são bem vindas e as que só vem para atrapalhar são ignoradas. O São João é um momento de festejo e alegrias, porém devem ser aproveitados sem brigas e intrigas.

Revista Antônio Conselheiro: Conte-nos um pouco do puxador (animador), dos noivos, do casal de rei e rainha dos Aloprados.

Sandro Macedo: Eu como puxador, esse ano vir um pouco assustado, por ser minha primeira vez como puxador, mas tenho a cada dia se apaixonado pelo meu papel. Nosso casal de noivos nasceu pela simpatia e compromisso pela quadrilha, abrilhantando ainda mais o nosso São João. Nosso casal de rei e rainha, sendo eles o sol e a lua, uma comparação do amor dos noivos que, pelo motivo do pai do noivo ser apenas um vaqueiro, não quer deixar eles ficarem juntos para viver um grande amor.

Revista Antônio Conselheiro: Se os Aloprados tivesse alguma sugestão para melhoraria do Forró Quentão seria em qual sentido?

Sandro Macedo: Sendo concurso, a minha sugestão seria juris de outros lugares que não tivesse nenhum contato com nenhuma quadrilha, já sendo festival, só sugeria uma melhor alimentação para os quadrilheiros e mais reconhecimento.

Revista Antônio Conselheiro: O público entre eles, comunidade, familiares representantes de outras Quadrilhas, amigos e apreciadores formam a torcida organizada que cantam, gritam, aplaudem, enfim, divide com a Quadrilha a mesma emoção, certamente isso dá mais energia. Como vocês lhe dão com isso?

Sandro Macedo: Momentos únicos, é uma satisfação grande ouvir o público cantar e aplaudir o nosso projeto, é o que faz um quadrilheiro sorrir e alegrar o arraia.


 

Entrevista concedida a Carlos Carneiro, letrado pela UNEB, teatrólogo poeta e diretor de teatro 


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