“Forró
Quentão é um concurso de quadrilhas juninas existente em Euclides
da Cunha, desde 2009 promovido pela Prefeitura Municipal. As
apresentações são os momentos mais ansiosos aguardados pelas
Quadrilhas, que, então, ganham visibilidade e o reconhecimento da
comunidade, da família, do município e dos próprios quadrilheiros.
Mas por trás destes bastidores há toda uma luta que passa
despercebida de nossa percepção enquanto espectador. Como por
exemplo, as reuniões para escolha de tema, trilha, coreografias,
estruturas, figurinos, adereços, os machucados dos tombos, as
desavenças, sacrifícios e abnegações para que o trabalho árduo
seja enfim apresentado com prazer contagiando o público.”
Revista
Antônio Conselheiro: Quando
surgiu a Caipiras Aloprados e quem são seus fundadores?
Sandro
Macedo: 1998. Fundado
por Clodoaldo Rehem e Keliston Lopes.
Revista
Antônio Conselheiro: Quantos
integrantes são os Caipiras Aloprados, quantos casais, quantos na
produção, todos moram no Aribicé?
Sandro
Macedo: A quadrilha
Caipiras Aloprados, esse ano foi formada por 30 integrantes, 10
casais, um marcador e uma participação do pai da noiva. 8 na
produção. 2 integrantes não moram em Aribicé, um mora no povoado
De Muriti e outra no povoado Suares.
Revista
Antônio Conselheiro: Destes
anos de existência qual foi o melhor e pior ano que os Caipiras
Aloprados têm em sua historia?
Sandro
Macedo: Melhor ano
2010 e o pior 2011.
Revista
Antônio Conselheiro: Quais
foram as maiores dificuldades para montar e colocar em cena “O
despontar de uma chama que ecoa no sertão”,
tema deste ano de 2015, por vocês Caipiras Aloprados?
Sandro
Macedo: Para montar, a
gente como organizador, devemos ter bastante paciência e
compromisso, além disso temos que sentir confiança dos dançarinos,
já colocar em cena, só o que atrapalha é a ansiedade, mas no fim
tudo dá certo.
Revista
Antônio Conselheiro: Como
acontece o processo criativo e a escolha do tema, comungando assim
com a trilha e as coreografias que embelezam o espetáculo da
Quadrilha junina?
Sandro
Macedo: O 1º passo
foi estudos com bastantes pesquisas ate chegarmos neste tema 2015. O
2º passo foi ir em busca de melodias que embelezam o nosso tema sem
perder o foco, e 3º foi de acordo com as músicas que criamos os
passos, finalizando esse projeto 2015.
Revista
Antônio Conselheiro: Os
Caipiras Aloprados têm apresentado além do Forró Quentão?
Sandro
Macedo: Sim
Revista
Antônio Conselheiro: Os
Caipiras Aloprados já enfrentou algum problema com os ônibus, com o
som, com a organização dos arraiais por onde esteve, com a
estrutura onde são recepcionados?
Sandro
Macedo: Enfrentamos
com os ônibus, que as vezes os motoristas, não querem seguir as
regras passadas por nós e pelo Forró Quentão. Já em questão de
som, organização de arraiais e recepção, a gente nunca passamos
por nenhum problema.
Revista
Antônio Conselheiro: Forró
Quentão é um concurso de quadrilhas juninas existente em Euclides
da Cunha, desde 2009 promovido pela Prefeitura Municipal, houve algum
ano em que os Aloprados não participaram?
Sandro
Macedo: Houve, em
2012.
Revista
Antônio Conselheiro: As
apresentações são os momentos mais ansiosos aguardados pelas
Quadrilhas, que, então, ganham visibilidade e o reconhecimento da
comunidade, da família, do município e dos próprios quadrilheiros.
Mas por trás destes bastidores há toda uma luta que passa
despercebida de nossa percepção enquanto espectador. Como por
exemplo, as reuniões para escolha de tema, trilha, coreografias,
estruturas, figurinos, adereços, os machucados dos tombos, as
desavenças, sacrifícios e abnegações para que o trabalho árduo
seja enfim apresentado com prazer contagiando o público.
O que mais você colocaria que antecede a montagem do espetáculo da
Quadrilha?
Sandro
Macedo: As vez até
mesmo a falta de interesse dos componentes da própria quadrilha, não
pela falta de vontade de dançar e sim pelo reconhecimento do
concurso, juris e tais...
Revista
Antônio Conselheiro: Sabemos
que o apoio da Prefeitura não é o suficiente, como vocês se
organizam para buscar recursos e bancar o resto das despesas?
Sandro
Macedo: Vamos em busca
de patrocínios dos próprios políticos, comerciantes ou até mesmo
amigos, fazemos também bingos, balaios e entre outros tipos de
sorteios para gerar benefícios para nossa quadrilha. Cada
participante dá também uma quantia determinada pela organização,
assim conseguimos bancar as nossas despesas.
Revista
Antônio Conselheiro: Os
quadrilheiros usam as redes sociais assim como algumas pessoas que
acompanham o Forró Quentão para comentarem, parabenizarem e
criticarem e muitas vezes até se agridem. Como você e os demais se
portam diante das opiniões e o bombardeio de críticas e elogios?
Sandro
Macedo: Do meu ponto
de vista, opiniões vem às vezes para ajudar. Existem vários tipos
de criticas sim, sempre ouvi. As construtivas são bem vindas e as
que só vem para atrapalhar são ignoradas. O São João é um
momento de festejo e alegrias, porém devem ser aproveitados sem
brigas e intrigas.
Revista
Antônio Conselheiro: Conte-nos
um pouco do puxador (animador), dos noivos, do casal de rei e rainha
dos Aloprados.
Sandro
Macedo: Eu como
puxador, esse ano vir um pouco assustado, por ser minha primeira vez
como puxador, mas tenho a cada dia se apaixonado pelo meu papel.
Nosso casal de noivos nasceu pela simpatia e compromisso pela
quadrilha, abrilhantando ainda mais o nosso São João. Nosso casal
de rei e rainha, sendo eles o sol e a lua, uma comparação do amor
dos noivos que, pelo motivo do pai do noivo ser apenas um vaqueiro,
não quer deixar eles ficarem juntos para viver um grande amor.
Revista
Antônio Conselheiro: Se
os Aloprados tivesse alguma sugestão para melhoraria do Forró
Quentão seria em qual sentido?
Sandro
Macedo: Sendo
concurso, a minha sugestão seria juris de outros lugares que não
tivesse nenhum contato com nenhuma quadrilha, já sendo festival, só
sugeria uma melhor alimentação para os quadrilheiros e mais
reconhecimento.
Revista
Antônio Conselheiro: O
público entre eles, comunidade, familiares representantes de outras
Quadrilhas, amigos e apreciadores formam a torcida organizada que
cantam, gritam, aplaudem, enfim, divide com a Quadrilha a mesma
emoção, certamente isso dá mais energia. Como vocês lhe dão com
isso?
Sandro
Macedo: Momentos
únicos, é uma satisfação grande ouvir o público cantar e
aplaudir o nosso projeto, é o que faz um quadrilheiro sorrir e
alegrar o arraia.
Entrevista concedida a Carlos Carneiro, letrado pela UNEB, teatrólogo poeta e diretor de teatro
Nenhum comentário:
Postar um comentário