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segunda-feira, 30 de junho de 2014

PROJETO DE INTERVENÇÃO APRESENTADO A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB - CAMPUS XXII: “A LEITURA EM SALA DE AULA E OS GÊNEROS TEXTUAIS”


DAMARIS PASSOS DA SILVA[1]
GILVANETE DE BRITO FERREIRA[2]
PAULO MONTEIRO DOS SANTOS[3]


1 JUSTIFICATIVA 

            Durante o Estágio I detectamos nas observações que os alunos em uma atividade proposta pela professora, (atividade esta que se referia à leitura de um texto), os alunos não deram a devida atenção ao exercício proposto, nessa perspectiva chegamos à conclusão que é preciso um significativo trabalho com a leitura na sala de aula.

            O tema que queremos trabalhar trata justamente da leitura em sala de aula, tendo em vista o problema que esta deficiência, na turma observada, vem sendo detectada.
            A proposta que usamos para ajudar os discentes na busca de uma leitura prazerosa é tercemos juntos uma oficina que tem como objetivo despertar o desejo a esta prática.
            Esta oficina ajudará na formação acadêmica pela expressiva contribuição da experiência com os alunos sobre o tema que condiz com o nosso curso de letras, pois tratar da formação do aluno sobre a ótica da leitura direcionando-o para as práticas sociais da linguagem com sua interação ao meio igualitário através do víeis da leitura.
            A oficina está prevista a ser realizada na escola Duque de Caxias na cidade de Euclides da Cunha - BA, com os alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos). O motivo da escolha pelos alunos do EJA foi precisamente a problemática que eles enfrentam em relação à leitura.
            Esperamos com esse trabalho, além de contribuir e desperta o gosto à leitura nos estudantes, pensarmos também em nossa formação e o conhecimento com os educando.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

            Para começarmos falando em leitura citamos como embasamento teórico as palavras de Maria Helena Martins dizendo que a leitura “trata-se pois de um processo mais natural do que se costuma pensar, mas tão exigente e complexa como a própria vida” ( MARTINS, 2003, p.11-12), por isso é relevante observarmos que a leitura está envolvida no meio social, ela é natural e complexa porque está relacionada aos conhecimentos de mundo do sujeito.
            Acreditamos com base nas palavras da autora que estes elementos “complexos” condiz com fatores de dificuldades que estudantes das escolas públicas enfrentam em nossos dias.
Também as investigações interdisciplinares vêm evidenciando, mesmo na leitura do texto escrito, não ser apenas o conhecimento da língua que conta, e sim todo um sistema de relações interpessoais e entre as varias áreas do conhecimento e da expressão do homem e das suas circunstâncias de vida. Enfim, dizem os pesquisadores da linguagem, em crescente convicção: aprendemos a ler lendo. Eu diria, vivendo. (MARTINS, 2003, p.14-13)

            Evidenciamos nestas palavras de Martins (2003) que a atividade de leitura está ligada a nosso conhecimento de mundo e não apenas nos conhecimentos lingüísticos. Luciano Amaral Oliveira (2010) em sua obra Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática, dedica uma parte ao ensino prático da leitura e esboça que o ensino dos conhecimentos de leitura envolve três elementos: Conhecimento lingüístico; Conhecimento enciclopédico; Conhecimento Textuais.

CONHECIMENTOS LINGÜÍSTICOS são os semânticos, os sintáticos, os morfológicos, os fonológicos e os ortográficos.
CONHECIMENTOS ENCICLOPÉDICOS são aqueles que possuímos a respeito do mundo, os quais incluem os conhecimentos gerais, característicos do senso comum, e os conhecimentos mais específicos, tanto em termos mais culturais quanto em termos técnicos.
CONHECIMENTOS TEXTUAIS, que não se confundem com os lingüísticos, embora estejam estreitamente relacionados a eles, são aqueles que possuímos acerca dos elementos de textualidade, dos tipos e gêneros textuais. (...) os nossos conhecimentos prévios ficam armazenados em nossa mente na forma de esquemas mentais, ou seja, estruturas de conhecimento existentes em nossa memória. (OLIVEIRA, 2010, p. 60)

Na maioria das vezes a escola não da atenção a alguns destes conhecimentos e acaba prejudicando o aluno de certa forma.
Oliveira diz ainda que “esses três tipos de conhecimentos são essências a leitura” (OLIVEIRA, 2010, p.60), mas que não se descarta a infinidade de outros tipos de conhecimentos.
O autor aponta também que é muito importante dá atenção ao domínio de estratégias de leituras. “Essas estratégias são ações procedimentais estreitamente vinculadas aos conhecimentos prévios dos estudantes, as quais precisam ser abordadas em sala de aula.” ( OLIVEIRA, 2010, p.71)
A pré-leitura é muito importante dentro das estratégias que podemos desenvolver neste contexto, pois aprontar o aluno para a leitura do texto escolhido. A pré-leitura, diz Oliveira: “prepara o aluno para lidar com o texto.” (OLIVEIRA, 2010, p.67)
É de grande valia observarmos também a leitura como contribuinte para a vida social do aluno, a qual lhe desperta para a interação entre estes dois fatores: leitura e sociedade.
Martins nos diz que: “Na verdade o leitor pré-existe à descoberta do significado das palavras escritas; foi-se configurando no decorrer das experiências de vida, desde as mais elementares e individuais, às oriundas do intercâmbio de seu mundo pessoal e o universo social e cultural circundante.” (MARTINS, 2003, p.17)
Também devemos sublinhar aqui a questão dos gêneros textuais para a leitura dos estudantes. Como eles devem ser explorados e dinamizados para uma atividade prazerosa de leitura.
No livro Gêneros textuais e ensino, organizado por Ângela Paiva Dionísio, Anna Rachel Machado, Maria Auxiliadora Bezerra, observamos analises bem especificas sobre gêneros, e como trabalhar estes gêneros em sala. Transcrevemos a seguir a observação de Luiz Antônio Marcuschi, que se encontra neste livro, e discerne um pouco sobre a definição destes gêneros.
(...) Os gêneros textuais não se caracterizam como formas estruturais estéticas e definidas de uma vez por todas. Bakhtin (1997) dizia que os gêneros eram tipos ”relativos estáveis” de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. São muito mais famílias de textos com uma série de semelhanças. Eles são eventos lingüísticos, mas não se definem por características lingüísticas: caracterizam-se, como já dissemos, enquanto atividades sócio-discursiva. Sendo os gêneros fenômenos sócio-históricos e culturalmente sensíveis, não há como fazer uma lista fechada de todos os gêneros. Existem estudos feitos por lingüistas alemães que chegaram a nomear mais de 4.000 gêneros, o que a primeira vista parece um exagero. Daí a desistência progressiva de teorias com pretensão a uma classificação geral dos gêneros. ( MARCUSCHI, Apud. Marcuschi, 2007, 29)

            Como ficou evidenciado nesta citação de Marcuschi, é difícil dá uma definição de gêneros textuais, por isso devemos focar texto que estão mais próximos da realidade do aluno. O texto eletrônico é uma boa referência que está voltada a pratica de leitura dos estudantes atualmente, e acreditamos que deve ser explorada.
            Assim chegamos a conclusão com base nos autores citados, que devemos levar em conta os conhecimentos de mundo dos alunos, e trabalhar estratégias que lhes possibilitem a práticas da leitura não só em sala de aula, mas no meio social em que estes vivem.


3 CONTEÚDOS

·         O que é a leitura;
·         A leitura na sala como objeto de conhecimento;
·         Estratégias de leitura;
·         A leitura com processo interativo com o meio social;
·         Ampliando a noção de leitura para o aporte ao cotidiano do aluno;
·         A importância do ato de ler e os sentidos que a leitura desperta no estudante;
·         Os gêneros textuais;
  
 4 OBJETIVO GERAL

·        Trabalhar a leitura e os gêneros textuais para desenvolver a competência leitora.

5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Construir juntamente com o aluno a prática da leitura em sala de aula;
  • Compartilhar experiência de leitura na interação do conhecimento, através dos gêneros textuais;
  • Auxiliar os alunos a desenvolver as estratégias de leituras;
  • Avaliar o processo da leitura através das oficinas.

6 METODOLOGIA

A oficina irá desenvolver-se a partir do intercâmbio entre a construção do conhecimento proposto no tema em questão, tendo como ações:
  • Atividade em grupos referentes aos textos aplicados na oficina;
  • Dinâmica de interação e construção do conhecimento;
  • Seleção dos gêneros textuais para a atividades de leitura;
  • E uma produção textual.    
7 AVALIAÇÃO

            A avaliação consiste na observação feita em sala de aula com a participação e o processo produtivo dos alunos nas atividades.
  
 8 CRONOGRAMA OBS: SIMULAR A DATAS DO ESTÁGIO DE ACORDO COM O CALENDÁRIO ACADÊMIDO 2012 A 2013.

AÇÕES
OUTUBRO 2012
DATA
NOVEMBRO 2012
DATA

DEZEMBRO 2012
DATA

MARÇO 2013
DATA

ABRIL 2013
DATA

Observações

16




Entrevistas
16




Estudo Teórico

20



Organização do projeto


04


Apresentação do projeto do Estágio


05


Estágio II



18

Aplicação




A definir

Revisão




x

ETC...




x

  
REFERÊNCIA

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Gêneros Textuais: Definições e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Org.). Gêneros textuais e ensino. – 5.ed – Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.

MARTINS, Maria Helena. O que é a leitura. – São Paulo: Brasiliense, 2003.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. – São Paulo: Parábola Editorial, 2010.




[1] Graduando do curso de Letras vernáculas na Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus XXII; 8º Semestre.
[2] Graduando do curso de Letras vernáculas na Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus XXII; 8º Semestre.
[3] Graduando do curso de letras vernáculas na Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus XXII; 8º Semestre.